28/08/07

DIVAGANDO...sexualidades

Do pulsar biológico aos escaninhos do inconsciente, das vivências quotidianas ao discurso intelectual, o sexo está em toda a parte. Eis um lugar comum das sociedades contemporâneas ocidentais: O SEXO. Simultâneamente lugar do dito e do interdito. Se o reprimimos é para melhor podermos continuar a falar dele, ironiza Foucault. Vivemos como que numa tirania do sexual. Difusa , inqualificável, indeterminável, mas que apesar de tudo impregna os nossos gestos, conduz(ou desvia) o nosso olhar, transparece nos pensamentos e nao nosso entendimento das coisas. É próprio dos tiranos eficazes, ao que parece, não tornar sentida a sua tirania. Ora o actual interesse pelo sexo (de que a tradução portuguesa da revista Communications é bem elucidativa), a sua proeminência efectiva não passam por ser fenómenos perfeitamente naturais? Não é ideia corrente, que nunca o homem terá tendido tanto para o seu centro sexual como agora, quando do amadurecimento da chamada revolução sexual se estariam a colher os apetecidos frutos?
Revolução sexual. O sexo encontra-se então mais liberto hoje? Esta é uma problemática à qual é, por vezes, difícil fugir-se.
Baudrillard, num dos seus últimos textos, escreve: "No decurso da orgia, um homem murmura ao ouvido de uma mulher: 'What are you doing after the orgy?' ". Será que, após um período em que o sexo foi a meta, nos aprestamos a franquear agora os horizontes do meta-sexo?
Talvez...
Teu marido Victor

1 comentário:

  1. Porta-te bem "agora" sem te lembrares do "ontem", que já passou, e sem te preocupares com o "amanhã", que não sabes se chegará para ti.

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