24/09/09

VIGIAR... COM AMOR

As virgens sensatas... são alegres!
Nos dias da campanha eleitoral, que ainda decorre, temos ouvido de tudo um pouco para denegrir o adversário político, visando a conquista dos votos do Povo... que é sempre quem mais sofre as incidências da ineficácia governativa, quando esta acontece.
Em determinado momento aconteceu lançar-se o nome do Presidente da República no aerópago dos comícios socialistas, aproveitando-se de insinuações debitadas por esse 5º. poder que dá pelo nome de comunicação social. E esse facto fez-me reflectir sobre a necessidade de estar vigilante para não vir a caír na teia das escutas clandestinas, tão do agrado dos nossos políticos, benza-os Deus!
Vigiar é estar alerta, estar atento, viver em dinamismo interior de contínua atenção, como o soldado vigia na noite, procurando controlar o inimigo, ou a enfermeira vigia à cabeceira do doente moribundo, a mãe junto ao berço dos seus filhos! Essa vigilância corresponde a uma tensão interior de cuidado, de expectativa ou de atenção amorosa.
Vigiar é traduzir o amor em algo activo, dinâmico, porque quem ama espera com atenção, cuida com esmero, dedica-se com generosidade. Na Bíblia lê-se a parábola de Cristo sobre as virgens insensatas. Constata-se que a insensatez era fruto da falta de amor. Foi essa a razão porque não esperaram! Não vigiaram com atenção e cuidado, tal como os Apóstolos não souberam vigiar e orar com Cristo lá no Monte das Oliveiras. E eu? Será que tenho estado vigilante???
Vigiar "para não caír em tentação", para estar atento aos perigos, fugir dos obstáculos ou afastar-se das ocasiões que façam perigar a nossa verticalidade de pessoa humana! O Homem que está no mundo sem ser do mundo, necessita de estar vigilante para que os critérios, os gostos, as escolhas mundanas não comecem a penetrar, a viciar o seu interior, a sua maneira de ver, de amar, de gostar, de sentir!
Vigiar... estar atento porque o espírito mundano, o mistério da iniquidade está vivo e actuante! Devemos ser fermento e sal, não podendo deixar de estar atentos e vigilantes... para que a "massa" não sufoque de tal modo que não consiga fermentar!
Vamos estar vigilantes para que, como sal e luz, desempenhemos a nossa função sem nos deixarmos abater, estragar, deteriorar...
Mas vamos estar vigilantes com amor, porque temos o coração limpo de "escutas", porque temos os ouvidos para ouvir, tal como a boca para falar... sem que dela possa saír mais nada que palavras de amor ao próximo, que as espera com avidez!
Nestes tempos de lavagem da roupa suja política, é bom estar-se atento, VIGIAR PARA NÃO CAÍR EM TENTAÇÃO!

06/09/09

Felicidade... o que é?

Ainda não se desvaneceu a pergunta em que numa anterior mensagem se inquiria sobre felicidade. Sabemos que o Homem busca esse desiderato desde toda a sua existência, mas é o próprio homem que vai afastando algumas possibilidades capazes de nos darem a resposta almejada.
Segundo Roberto Shinyashiki, "Felicidade não é aquilo que acontece na nossa vida, mas o modo como nós elaboramos esses acontecimentos. A diferença entre o sábio e o ignorante é que o primeiro sabe aproveitar as suas dificuldades para evoluir, enquanto o segundo se sente vítima de seus problemas".
Será que alguma vez o Homem encontrará resposta?
Segundo afirma o famoso psicólogo israelita Daniel Kahneman, da Universidade Princeton, nos EUA, num estudo feito nos últimos anos sobre o modo de viver dos americanos, "passamos a julgar nossa felicidade não pela situação actual, mas pela perspectiva de melhorar de vida no futuro". Há cinquenta anos atrás, era sonho das famílias de classe média poderem ter uma casa própria, possuirem um carro e poderem mandar um filho fazer a sua formatura universitária. Poderá dizer-se que o sonho americano é uma realidade insufismável... mas ainda assim o povo não se considera feliz.
Já o filósofo grego Aristóteles afirmava, há mais de 2 mil anos, que a felicidade se atinge pelo exercício da virtude e não da posse.
Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, que estuda a felicidade há mais de duas décadas, define felicidade como uma sensação de bem-estar : “É difícil dizer o que é, mas sei quando eu a vejo. É simplesmente se sentir bem”.
Nas suas pesquisas e livros sobre este tema, Gilbert mostra o que teimamos em não perceber no dia-a-dia: a felicidade não é uma sensação eterna, é um estado de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de extremo prazer.
Estar feliz ou triste é um vai-e-vem. Apesar de poderem ser difíceis, os processos de infelicidade funcionam também como um momento para se poder amadurecer, pensar e repensar as atitudes e os projectos.
Ao ouvirmos e acolhermos tudo o que surge em nós, como a tristeza, a alegria, as coisas boas ou más, bonitas ou feias, sem preconceitos, sem bloqueios e sem nos opormos a elas, descobriremos o contacto com o nosso espaço interior e com a nossa essência. E isso deve ser um assomo de felicidade... seja lá ela o que seja!