11/06/09

VÃO AS MARCHAS A PASSAR...

A ORIGEM DAS MARCHAS POPULARES
Em meados do século XVIII, durante o período napoleónico, os franceses lançaram a moda de dançar as marchas militares, que realizavam no mês de Junho em celebração da tomada da Bastilha, a que chamavam “marche aux falambeaux ” e em que o povo desfilava com archotes acesos na mão.
Este costume foi adoptado pelos portugueses, que lhes passaram a chamar “ a Marcha ao flambó" - numa adaptação do termo francês-, mas os portugueses substituíram os «archotes revolucionários dos franceses» por "balões de papel" e "fogos de artificio", que faziam parte dos costumes trazidos da China no século XVII, e que de há muito se usavam nos arraiais e feiras um pouco por todo o País.
E foi assim que as antigas danças e cantares de "Maio à Virgem Maria", que entretanto haviam sido proibidas, viram-se transportadas para o mês de Junho, passando então a celebrar-se as festas dos «Santos Populares», “Santo António, São João e São Pedro “.
Lisboa veste-se de rubros cravos, que são o esplendor de um mês de Junho festivo, de vasos com cheirosos manjericos nas janelas, com um cravo encarnado com uma bandeirinha hasteada com uma quadra popular escrita colocado na copa do manjerico:

Se eu fosse esse cravo vermelho
Que tu trazes sobre o teu peito
Mesmo que fosse muito velho
Não te ia guardar respeito!
*
Cravo manjerico e vaso
E uma quadra bem singela...
Tudo lhe dei... Nem fez caso!...
Pronto! Não casarei com ela
*
Acende-se uma fogueira para assar as sardinhas... mas os rapazes e raparigas saltam e bailam á sua volta até ao raiar do dia.
As alcachofras bravias, também têm um simbolismo nestas festividades, pois quem queria saber se era correspondida ou correspondido no amor pelo respectivo namorico, devia chamuscar na fogueira a alcachofra em flor, e se a alcachofra, passados alguns dias, voltasse a florir, era o sinal de que o amor era sincero e daria em casamento.
O saltar à fogueira, também servia de inspiração para versos mais jocosos:
*
Ou ela não usa calças
Ou as tem na lavadeira
Vi isso ontem à noite
Quando saltava na fogueira

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