... é tempo de reflexão, porque a vida é algo que necessitamos reflectir muito para que se possa dizer que vale a pena viver. Eu explico... se souber, claro.
Ontem, segundo o calendário, foi o dia de Todos-os -Santos... a que se segue o dia dos Fiéis Defuntos, que hoje se comemora.
Ora isto faz pensar... e muito. Sabemos que não há (?) Santos vivos, segundo aquilo que a Igreja considera, pois é sempre necessário esperar uns anitos para que alguém possa aspirar à dignidade dos altares, depois de morrer.
Santos vivos sabemos que os há, mas esses serão aqueles a quem vulgarmente ouvimos apelidar como um "banana", um "frouxo", um "bonzão", um "pobre diabo", "zé ninguém", "papa hóstias" ou outros epítetos mais ou menos do mesmo calibre, talvez porque não aceitamos que alguém possa ser bom apenas e tão só porque o é, caridoso ou esmoler como princípio, religioso ou crente por questões de fé e não por qualquer outra coisa "menos própria" ou aberrante.
Como princípio, "santo" será apenas quem a Igreja definiu como tal, mas também há na história aqueles cuja vida exemplar levou a que o vulgo popular os fizesse ascender à condição de "santo"... alguns ainda em vida.
E é aqui que dou comigo a pensar naquelas mulheres ou naqueles homens que vivem a santidade plena no seu quotidiano, frente a uma máquina ou a um fogão, no serviço dos outros prestado num hospital ou numa escola, numa creche ou num albergue, com um volante nas mãos ou com uma enxada a trabalhar a terra. Naquelas mulheres que fazem da educação dos seus filhos uma caminhada para os altares, ou aqueles homens que, usando o fato macaco como se fosse um paramento litúrgico, dão exemplos extraordinários de santidade no trabalho que exercem. Até mesmo nas prisões se encontram santos em profusão, que apenas estão a aguardar a sua hora para que vejam reconhecido o seu amor a Deus e ao Próximo.
Santo é uma maneira de estar na vida em plenitude, com a graça que nos vem do alto, pois Deus pretende que o Homem seja Santo, porque feito à imagem d'Ele próprio.
Mas... e o dia de Fiéis Defuntos... não é também dia de Todos-os-Santos? A condição de estarem mortos está cumprida. Pelo menos fisicamente! Não tenhamos dúvidas de que muitos daqueles que já partiram, rumo à Casa do Pai, e estão agora em comunhão com todos os Anjos e Santos de Deus, contemplando a Face do Senhor, também enfileiram no exército de Santos desse Deus a quem oraram com fé, cientes de que não rezaram a um Deus de mortos mas de vivos, pois "quem acredita n'Ele, ainda que morra viverá". E essa é a esperança de quem caminhou para o Pai percorrendo os caminhos da justiça, da verdade e da caridade cristã, amando a Deus e ao Próximo como a si mesmo.
Nesta reflexão, façamos por ser o tal homem novo, renascido para a vida eterna pelo amor do Pai Criador, o Sangue de Cristo Salvador e a Graça do Espírito, que nos santifica.
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