22/10/08

VAMOS FALAR DOS... HEBREUS? - I

»»» Na Bíblia é dado o nome de "Hebreus" aos descendentes do Patriarca Abraão, cuja história narra a Aliança com o Deus e a sua fixação no País de Canaã. Esta história termina no ano 135 d.C., no final de uma guerra sem quartel havida contra a Roma Imperial. A partir de determinado momento, o Povo Hebreu passou a designar-se como Judeu, nome porque inicialmente se conheciam os pertencentes ao Reino de Judá (de 931 a 587 a.C.). É assim que a história dos Hebreus se vem a prolongar no Judaísmo, o qual, depois de terminar o Estado Judeu antigo, se vem a dispersar entre as nações, constituíndo-se assim como o Povo Judeu da diáspora.
»»» Por volta do ano de 1760 a.C., um pequeno clã, conduzido por Abraão, instala-se no País de Canaã, entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo. Nesta Terra Santa - parte daquela que será chamada a Palestina - os Hebreus viviam como nómadas, sob a condução de "patriarcas". Abraão - o "Pai dos crentes" que abandonara Ur, na Mesopotâmia, seguindo o apelo do Deus único - e os seus descendentes, Isaac e Jacob. Perseguidos pela fome, estabelecem-se no Egipto, beneficiando das funções que José, um dos filhos de Jacob, exercia junto do Faraó. Mas esta mudança vem a transformar-se, em breve, numa feroz escravatura, difícil de suportar
»»»A alma da resistência, no momento, é Moisés, que se tornará em instrumento da libertação do Povo por Iavé. Esta saída do Egipto , o Êxodo, que se efectuou por volta do ano 1250 a.C., segue-se à recusa das autoridades Egípcias em anuir a que os Hebreus celebrassem ou fizessem qualquer sacrifício em honra de Iavé. Pelos prodígios que antecederam a passagem do Mar Vermelho, que foram as dez pragas do Egipto, ficará na memória colectiva do Povo como uma epopeia que glorifica Iavé e Moisés. Esta passagem do Mar Vermelho deu azo à instituição solene da maior festa do Judaísmo: A PÁSCOA - que em Hebraico é pessab ou passagem - cuja celebração anual significa o verdadeiro nascimento da Nação Hebraica.
»»» Os Hebreus levam uma vida de transumância durante vários anos, na região do Sinais, onde recebem a sua Lei, a Tora, e fazem uma solene Aliança com o seu Deus. Esta paragem no deserto, marcada pela figura e pelo papel de Moisés, será decisiva para instaurar a religião Hebraica.
»»» Sob a condução de Josué e depois de uma conquista longa e difícil, o Povo hebraico instalou-se (entre 1220 e 1200 a.C., aproximadamente), em Canaã, o "país onde corre o leite e o mel". Aqui, dividindo o território pelas tribos que foram consideradas descendentes de Jacob-Israel, constitui-se como nação e estabelece uma democracia tribal.
(continua)

13/10/08

HISTÓRIA... NÃO DA CAROCHINHA


* Num momento de reflexão, dei comigo a pensar no conceito de amizade, de ajuda, de dádiva generosa àquele que nos pede ajuda para os seus males do corpo ou do espírito, seja em bens materiais ou espirituais. E não me passou ao lado o conceito de que há amigos que nos tratam pior que inimigos, vindo-me à memória um velho trecho de História Pátria, lido quando dos meus anos de estudante.
* Como sabemos todos - vocês e eu - a Inglaterra é a mais antiga aliada de Portugal, mercê dos vários tratados que foram sendo assinados entre o Reino de Portugal e o Reino de Inglaterra, em vários momentos da nossa história como País. É assim que, em consequência do Tratado de Tagilde, feito pelos Duque de Lencastre e por D. Fernando, Rei de Portugal, tivemos de aguentar a "bárbara invasão" das tropas inglesas, que aqui chegaram em meados do mês de Julho de 1380, para lutar contra o Reino de Castela.
* Veja-se o que são quase meia centena de navios a demandar o Tejo, transportando aproximadamente 3.000 homens em armas, todos eles veteranos da Guerra dos 100 Anos, cavaleiros e arqueiros experimentados liderados pelo Conde de Cambridge. O primeiro contacto desta gente com o povo de Lisboa foi um desastre completo: - Como se fossem um exército de ocupação, em luta com o inimigo, deixaram destruição e morte por onde passaram, pois matavam, roubavam, pilhavam e violavam as mulheres um pouco por toda a Lisboa e arredores. Mostravam completo desprezo por todo e cada um daqueles que neles haviam confiado, parecendo que os Portugueses eram os seus inimigos mais odiados e que urgia apoderarem-se do Reino de Portugal.
* Recordo ainda Fernão Lopes, que contava, na sua Crónica de D. Fernando que... "muitas vezes mais era o dano causado que aquilo que gastavam em comer. Porque tal havia que se tinha vontade de comer uma língua de vaca, matavam a vaca, tiravam-lhe a língua e deixavam para trás o resto da vaca. O mesmo faziam ao vinho e a todas as outras coisas."
* Acredito que o Rei D. Fernando se terá arrependido por ter subscrito tão aviltante "ajuda", pois que tratou de que eles fossem para o Alentejo, guarnecer as fronteiras... mas estava-lhes entranhado o desejo de fazer o mal, pelo que trataram de atacar Borba e Reguengos de Monsaraz, tomaram em assalto o Redondo e procuraram fazer o mesmo a Évora Monte, mas aqui saiu-lhes a coisa mal, pois o povo escondeu haveres e alimentos. Eles bem torturavam as populações, para que dissessem onde esconderam a comida, mas o povo reagiu de forma violenta , e em fojos de pão ou de qualquer outra forma possível, matavam muitos soldados ingleses, às escondidas, calculando o cronista que talvez dois terços deles não tenham podido voltar a Inglaterra.
* D. Fernando preferiu fazer as pazes com Castela, dando em casamento a sua filha Dona Beatriz a um filho de D. João de Castela... apesar de ela vir a casar com o próprio D. João... apesar de também haver sido prometida a um filho do conde de Cambridge. Havia era que acabar com o estado de coisas e fazer que os ingleses regressassem à sua pátria. Cá apenas tinham feito estragos de grande monta, até porque as mortes não têm preço.
* Recordo ainda que Luis Vaz de Camões, o nosso vate imortal, resumiu de forma completa o reinado do Rei Fernando I, o Formoso, quando disse do seu reinado:
"UM FRACO REI FAZ FRACA A FORTE GENTE!"

05/10/08

A MEDICINA


* O contínuo progresso do saber e das técnicas no domínio médico, particularmente desde meados do século XX, não deve fazer esquecer os novos desafios com que a medicina se vê confrontada, por exemplo as dificuldades ligadas ao crescimento das despesas em matéria de saúde. Por outro lado, é cada vez maior o interesse pela saúde no sentido mais lato, conceito que abrange nomeadamente o bem-estar psicológico do ser humano e a luta contra a poluição.
* Hipócrates é considerado o pai da medicina. Considera-se que viveu entre 460 a 377 a.C. e deixou um legado ético e moral válido até hoje. Precursor do pensamento científico, procurava detalhes nas doenças de seus pacientes para chegar a um diagnóstico, utilizando explicações sobrenaturais, devido à limitação do conhecimento da época.
* Ainda antes da era cristã, Asclepíades de Bitínia tentou conciliar o atomisto de Leucipo e Demócrito com a prática médica. No primeiro século de era cristã, Cláudio Galeno, outro médico grego, deu contribuições substanciais (baseado em dissecções de animais) para o desenvolvimento da medicina.
* Na
Idade Média os religiosos assumiram o controle da arte de curar através de medicamentos e deixaram para os barbeiros, que já lidavam com a navalha, a arte de drenar abcessos e retirar pequenas imperfeições do penis. A formação de secreções purulentas era considerada normal e saudável.
* Em
1865, Louis Pasteur teorizou que as infecções eram causadas por seres vivos. Foi ele o inventor do processo de pasteurização, muito utilizado no leite. Lister, em 1865, aplicou pela primeira vez uma solução antisséptica num paciente com fraturas complexas, com efeito profilático na infecção. Iniciou-se assim uma nova era.
* Em 1928 Alexander Fleming descobriu a penicilina ao observar que as colónias de bactérias não cresciam próximo ao mofo de algumas placas de cultura. Surgia uma nova era: a dos antibióticos, que permitiu aos médicos curar infecções consideradas mortais. A evolução desde então não parou. A eterna luta do homem contra a morte entrou numa nova etapa, cada vez mais moderna e cara