29/11/10

RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL

O desastre de Alcácer Quibir, além de ter configurado uma derrota para a Coroa Portuguesa, que ali perdeu o jovem Rei D. Sebastião, sacrificado pela sua impetuosidade própria de alguém que, estando impreparado, não mediu as consequências do que poderia acontecer, no caso de vir a perecer, como foi o caso, também viu fugir-lhe a independência do Reino, que se transformou em feudo espanhol.
O sucessor de D. Sebastião era um velho Cardeal, D. Henrique, que não podia dar ao Reino a esperança de um sucessor, pelo que... logo que o Cardeal-Rei morreu, em 1580, perdeu Portugal a sua Independência, o que foi confirmado com a decisão das Cortes de Tomar de 1581 de aclamar o rei Filipe II de Espanha como rei de Portugal. Iniciava-se assim um período de 60 anos em que fomos uma simples província de Espanha, sem independência, sem justiça, sem alma.
Mas havia uma centelha de orgulho, uma réstea de dignidade, uma mão cheia de patriotismo capaz de reverter as coisas, tudo isto consubstanciado num grupo de quarenta fidalgos Portugueses que não quiseram viver mais o opróbio da ocupação estrangeira.
No dia 01 de Dezembro de 1640, faz agora 370 anos, dirigiram-se ao Paço da Ribeira, onde se encontrava a Duquesa de Mantua, regente de Portugal em nome da Coroa Espanhola, acompanhada pelo seu secretário e amante, o traidor Miguel de Vasconcelos.
Presa a Duquesa e morto o traidor, logo os Conjurados aclamaram como Rei de Portugal D. João IV, Duque de Bragança. É claro que Espanha não quiz deixar a "mina" que era Portugal e tudo fez para reaver o controle do Reino, mas nas batalhas que se travaram, em território português, foram derrotados no Montijo (1644); Linhas de Elvas (1659); Ameixial (1663); Castelo Rodrigo (1664) e Montes Claros.
É com tristeza que se vê o abandono a que tem sido votada a comemoração desta data, porque não "queremos" melindrar os nossos vizinhos, para mais sendo "parceiros" na Comunidade Económica Europeia... mesmo que apenas a Espanha seja beneficiada económicamente, mais parecendo que os espanhóis apenas terão mudado de estratégia, utilizando a "batalha comercial" para voltar a subjugar Portugal.
QUE PORTUGAL SE VEJA RESTAURADO E INDEPENDENTE, SEM SUBSERVIÊNCIAS AO PODERIO ESPANHOL! INVOQUEM-SE OS CONJURADOS DE 1640... OU SÃO NUNO DE SANTA MARIA, QUE SEMPRE SOUBERAM COMO SUPERAR O PODERIO DE ESPANHA, COMO OUTROS OUTRORA O FIZERAM!

11/11/10

É DIA DE SÃO MARTINHO

"No Dia de São Martinho,
vai à adega e prova o vinho!"
Quem ouça este ditado popular, não fará ideia do que tenha sido o exemplo deste Santo cristão, pois a ligação às adega e ao vinho desmonta qualquer tentativa de apelo à santidade... julga-se.
Aquilo que se conhece sobre a vida de São Martinho, que foi apelidado de "apóstolo da Gália", deve-se a Sulpício Severo (n 360 - +420), um historiador cristão de expressão latina natural de Agem - França - antiga Aquitânia -, que foi discípulo de S. Martinho e seu principal biógrafo, e que foi igualmente elevado às honras dos altares como Santo. Foi graças a este Santo Sulpício Severo que chegaram aos nossos dias relatos sobre S. Martinho.
Quando conheceu S. Martinho já este era Bispo e vivia fiel ao ideal monástico, recolhido longe da faustosidade e ostentação do palácio episcopal.
São Martinho é o primeiro dos Santos que não foi Mártir e o primeiro Confessor a subir aos Altares no Ocidente. A liturgia consagra-lhe um lugar igual aos dos Apóstolos, uma vez que foi ele que concluiu a evangelização das Gálias. A sua festa era de guarda e muitas vezes favorecida pelo chamado "Verão de S. Martinho", sendo rival, a nível popular, das festividades de São João. Era considerado a "pérola dos sacerdotes" e era entre os Confessores aquilo que São Lourenço era entre os Mártires: O maior dos Confessores.

01/11/10

O DIA DE TODOS OS SANTOS

Hoje comemoram-se TODOS OS SANTOS E SANTAS DE DEUS, segundo o calendário litúrgico da Santa Igreja.
"A Cristo nós O adoramos, porque Ele é o Filho de Deus; quanto aos Mártires, nós os amamos como a discípulos e imitadores do Senhor; e isso é justo, por causa da sua devoção incomparável para com o seu Rei e Mestre. Assim nós possamos também ser seus companheiros e condiscípulos!" - Martyrum sancti Polycarpi 17,3 : SC 10bis, 232(FUNK 1,336)
Quando a Igreja, no ciclo anual, faz a Memória dos Mártires e dos outros Santos, "proclama o mistério pascal" reealizado naqueles homens e mulheres que "sofreram com Cristo e com Ele foram glorificados, propõe aos fiéis os seus exemplos, que a todos atraem ao Pai por Cristo, e implora, pelos seus méritos, os benefícios de Deus!".
"Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade". Todos, sem excepção, são chamados à santidade: " SEDE PERFEITOS, COMO O VOSSO PAI CELESTE É PERFEITO!"(Mat. 5,48)
Na tradição da Igreja ao dia de Todos os Santos segue-se o Dia dos Fiéis Defuntos ou de Finados, separados apenas por um dia. Hoje canta-se a glória e felicidade dos Santos "que gozam em Deus a serenidade da vida imortal", mas não esquece, desde o século XI, a memória de todos os fiéis defuntos.
Lógico será o considerar-se como continuação da Festa de Todos os Santos, porque recordar apenas aqueles que ascendendo às honras dos altares, exalando o odor da santidade, sem recordar todos aqueles que acreditaram em Cristo, não seria perfeito, pois seria um acto de injustiça. A Igreja peregrina não poderia celebrar a Igreja da glória esquecendo a Igreja que se purifica no purgatíorio.
É uma questão de fé. A Igreja, neste dia, procura que essa recordação seja mais profunda e viva que nas Eucaristias dos outros dias. O Dia de Fiéis Defuntos não é um dia de luto e tristeza, mas sim de íntima comunhão com aqueles que "não perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente!" (São Cipriano).
Amanhã, dia 2 de Novembro, é um dia de esperança, porque sabemos que os nossos Finados ressurgirão em Cristo para uma vida nova, em plenitude.