30/09/07

SINTRA ...

LENDA DO PALÁCIO NACIONAL DE SINTRA

No Palácio Nacional de Sintra existe uma sala cujo o tecto esta pintado com diversos desenhos de pegas.
Diz-se que o rei e a rainha que lá viviam nessa época fizeram casar mais de um cento de mulheres, entrando na conta as que ele próprio casou também, seguindo tão bons exemplos. Não havia uma ligação ilícita, nem um adultério conhecido. A corte era uma escola. D. Filipa, pregando ao peito o seu véu de esposa casta, com os olhos levantados ao céu, não perdoava. Terrível, na sua mansidão, trazia o marido sobre espinhos.
Certo dia, segundo reza a lenda, em Sintra, o rei esqueceu-se, e furtivamente pregava um beijo na face de uma das aias, quando apareceu logo, acusadora e grave, sem uma palavra, mas com um ar medonho, a rainha, casta e loura.
D. João, enfiado, titubeando, disse-lhe uma tolice: "Foi por bem!!!". A rainha saiu solenemente. Eram ciúmes? Não, ciúmes só sente quem está apaixonado, e não era o caso. Apenas sentia o seu orgulho ferido.
Rapidamente a notícia se espalhou pelo palácio, e toda a criadagem andava com a frase "Foi por bem" na boca.
Aborrecido com a situação, o rei decidiu tomar uma iniciativa: mandou construir uma sala para a criadagem. Todos ficaram radiantes e contando os dias que faltavam para a sala estar pronta.
Finalmente chegou o grande dia. A sala estava pronta. Qual não foi o espanto de todos ao verem que o tecto de tal sala estava todo pintado com pegas, que tinham escrito no bico "Pour Bien". (traduza-se por bem).
Esse palácio nacional é rodeado de jardins, um deles é o jardim da Lindaria.
Reza a lenda que esse jardim era o local onde as mouras vinham, ao sair do banho, respirar a frescura do ar e o perfume embalsamado das flores. Uma dessas mouras enfeitiçou-se de amores por um cristão que ali escondido as observava. Seu marido, ao descobrir, matou-a. E dizem que ainda hoje, todas as noites a moura volta ao jardim em busca do cristão por quem se apaixonou.

AMOR....

Se a luz é o primeiro amor da vida, não será o amor a luz da vida? O amor é a única paixão que não admite nem passado nem futuro. Poetas são todos aqueles que amam e sentem as grandes verdades e as dizem, e a verdade das verdades é o amor.Afecto e reciprocidade são particularidades que vivem no coração de cada um. Mais importante que a forma de expressar os sentimentos bons, é a grandeza que existe num acto de amor. E neste acto, seja ele qual for, certamente sempre existirão as três coisas mais importantes: RESPEITO, CONFIANÇA E ADMIRAÇÃO.

A IMPORTÂNCIA DA FAMILIA ...

O desenvolvimento de uma criança tem lugar em contexto específicos. A família é o primeiro e o mais importante para o seu crescimento fisico e psicológico.As familias são idealmente adequadas para a educação das crianças: são grupos restritos e íntimos que facilitam a aquisição de regras de comportamento consistentes. Por isso a familia é a unidade básica dentro da qual a criança é apresentada à vida social.
Tradicionalmente, a familia era considerada por um casal (casado) e os seus filhos, cabendo ao pai a função de ganhar o pão e à mãe a de zeladora doméstica e educadora dos filhos.
Tudo isto mudou, os divórcios, os pais solteiros, as mães empregadas, os papéis invertidos entre o pai e a mãe, as famílias misturadas, são os sinais de que muitas anteriores convicções têm sido abandonadas, dado que a família não é para sempre imutável.
Todas estas implicações são motivo de preocupação. Todavia, num contexto geral, as crianças criadas numa família não tradicional, a maioria, tem mostrado personalidades eficazes e bem vincadas.
Na realidade conjugal, o desenvolvimento da criança é uma das partes mais importantes e eficazes.

18/09/07

MUITAS VEZES ME PERGUNTO...


... SERÁ QUE SONHAMOS A PRETO
E BRANCO... OU A CORES?

A evidência laboratorial actual sugere vivamente que sonhamos... a cores! A que se deve, então, o erro de percepção comum segundo o qual sonhamos a preto e branco? A resposta é clara - por causa da fraca capacidade de recordação. A memória dos sonhosé uma função não só da activação cerebral durante o sono mas também em vigília, que determina se os sonhos vão ser lembrados, quão claramentevão ser lembrados, e se serão lembrados em toda a sua extensão. Em todos os relatos extensos e detalhados encontramos descriçõs coloridas em abundância. Sonhamos a cores. Nos milhares de relatórios relativos a sonhos existentes, não existe uma única ocorrência de um sonho bem recordado a preto e branco, como seria esperado se essa fosse, normalmente, a forma de sonhar.
Também me interrogo, por vezes, se os sonhos podem prevêr o futuro. Desde tempos imemoriais, a misteriosa natureza dos sonhos, que agora sabemos ser maioritáriamente determinada pelas suas qualidades formais, levou as pessoas a acreditar que os sonhos seriam mensagens do outro mundo. No longinquo tempos dos Faraós, eram designados como sinais dos Deuses, tal como na antiga Babilónia e mesmo em Israel. David, ainda jovem pastor, foi chamado pelo Rei Saúl, para decifrar as mensagens contidas nos seus sonhos. Os sonhos têm sido, assim, encarados como comunicações proféticas que, quando devidamente descodificados, permitem prever o futuro. Não há qualquer evidência científica a favor desta teoria... e há muitas em seu desabono. Quando alguém está preocupado com um acontecimento traumático, como a ameaça de perda de alguém que nos é querido, é certo que irá sonhar mais frequentemente com este esse querido do que seria normal. Sabe-se, através de experiências com sonhos lúcidos, que é possível influenciar simplesmente, o conteúdo de um sonho, guardado em mente logo que se adormece. Desta forma, sonhar com um entre querido quando este está em perigo, não se torna de forma alguma impossível.
Os sonhos... é um mundo tão misterioso, tão insondável, tão capaz de causar perplexidade que me leva a ser moderadamente cauteloso na sua análise... talvez porque seja impossível compreender o incompreensível... e os sonhos não são outra coisa senão isso.
Talvez a razão da facilidade com que sonhamos seja um motivo de reflexão: Porque sonhamos? Qual a verdade contida naquilo que sonhamos? Os sonhos côr de rosa são uma realidade? E sonhar acordado?
Encontrem-se as respostas... e bons sonhos, tá?
Eu vou sonhar contigo, acredita! Porque o sonhar contigo faz-me feliz! ...e é tão bom!!!...

12/09/07

A TUA AUSÊNCIA...


Hoje senti demais a tua ausência...
Nada me disseste!
E foi nessa carência
que olhei o azul-celeste
A ver se te encontrava.
Não sei onde é que estavas;
Nem brisa nem nuvens te trouxeram...
E o meu olhar quedou-se baço,absorto,
Pelo espaço,
Envolvendo-se nos beijos
Que entre nós aconteceram.

11/09/07

Para atravessar contigo o deserto do mundo...


Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei


Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso


Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo


Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento
Sophia de Mello Breyner Andresen

08/09/07

ATEISMO, RELIGIÃO, AGNOSTICISMO... O QUÊ?




O Cristianismo tem uma vasta reserva de recursos para moldar a vida e a morte. Tal como a maioria das religiões, é mais amplo e flexível do que um sistema filosófico, e lida não só com os conceitos abstractos, mas com histórias vividas, imagens apelativas, simbolos sonantes e rituais que dão sentido à vida. O seu apelo é dirigido não só ao coração e aos sentidos, como também à mente, e oferece uma gama de chamamentos e provocações para orientar e presidir às vidas dos indivíduos e das sociedades. Existem, contudo, limites para aquilo que pode ser considerado cristão, pois ao abrir algumas oportunidades para a vida e para o pensamento, outras acabam por ser excluídas.
Sabemos que o Cristianismo se constrói à volta de uma pessoa, Jesus Cristo e certamente que se esperará que vá descrever uma variedade de formas de como ele foi interpretado e o papel crucial que essas interpretações têm na definição dos limites do pensamento Cristão. A isso irei tentar dar respostas, mas não se pense que será fácil não cometer algumas imprecisões, porque para se compreender verdadeiramente o pensamento de Cristo, devemos deixar para trás tudo o que as diversas correntes vão fazendo chegar aos nossos cérebros, com ideias provindas de uma espécie de ateísmo científico, que só depois de dissecadas ao pormenor demonstram que nada mais pretendem que lançar a confusão sobre a profundidade doutrinária dos Evangelhos de Jesus Cristo, escritos pelos seus "biógrafos" mais conhecidos: Mateus, Marcos, Lucas e João.
O Cristianismo tem objectivos na apresentação dos signos, as histórias, os símbolos ou os rituais que servem de elementos constitutivos da religião, indiciando os primeiros sinais do seu desabrochar ao longo de 2.000 de história cristã. Emerge como uma religião originada na exploração da energia espiritual. Essa energia - congregada, focalizada e canalizada por Jesus Cristo - permitiu aos seus seguidores pensar, sentir e desejar de novas formas. Nos primeiros séculos de história Cristã, deu origem a uma vasta gama de diferentes grupos espirituais, ideias e práticas - a muitos "Cristianismos" diferentes. Estes constituem um espectro e esse espectro define a amplitude da subsuquente possibilidade Cristã. De um lado desse espectro encontramos formas de Cristianismo definidas pela reverência a um poder superior. Elas centram-se num Deus que transcende infinitamente o mundo e os seres humanos e que reina sobre eles. Este Cristianismo entende a vida virtuosa - a vida santa - como um abdicar dos pensamentos, escolhas e desejos próprios (pecaminosos), mas para se viver de acordo com a vida superior que Deus requer. No outro extremo do espectro, encontramos algo diferente: formas de Cristianismo que colocam menos ênfase no domínio de Deus sob os seres humanos e maior ênfase no divino que existe no humano.
Em vez de venerarem um Deus que se mantém acima da experiência humana, concentram-se na possibilidade do divino se materializar na existência humana. Como tal, dão importância não ao poder vindo de cima, mas ao poder inferior; não ao poder vindo de fora, mas ao poder vindo de dentro. As interpretações de Jesus diferem da mesma forma: para um Cristianismo do poder superior, ele é um ser transcendente que requer obediência; ao passo que para um Cristianismo do poder interior, ele é um ser espiritual que pode inspirar, espiritualizar e divinizar a vida humana.
O Deus que se mantém acima da experiência humana, é o mesmo "Deus desconhecido" que S. Paulo viu num altar de Atenas (Act. 27:23). Esta passagem de S. Paulo sugeriu a Huxley o emprego da palavra "Agnosticismo", como oposto ao "Gnosticismo", que era um método de especulação, vago e teosófico muito generalizado na primitiva Igreja Cristã. O Agnosticismo limita o nosso conhecimento às manifestações e transformações da matéria e da energia, rejeitando toso o conhecimento da existência espiritual. Aceita as conclusões da ciência e a experiência sensorial, mas recusa, como conjectura desprovida de fundamento, toda a asserção referente ao não visível. O Agnóstico não gosta de ser confundido com os Ateus ou com os adeptos do materialismo filosófico, até porque estas teorias recusam as atitudes puramente nescientes no que respeita à existência espiritual.
O não pretenderem misturar-se com os Ateus, porque estes são opositores a qualquer doutrina teológica dominante, tem uma razão de ser implícita no facto de o Agnóstico não rejeitar as doutrinas teológicas como norma, mas antes pretenderem ser "convencidos" de que determinada corrente religiosa é veículada por práticas doutrinais legadas de fontes credíveis. É aqui que o Cristianismo se agarra para fazer valar a sua implantação espiritual no seio dos Povos ao longo dos Séculos: - O Cristianismo nasce de um ser históricamente presente no meio dos homens, como foi Jesus Cristo, que nasceu, cresceu, viveu e morreu, sem qualquer espécie de dúvidas a subsistirem ao longo dos tempos. Se "Ressuscitou dos mortos, conforme as Escrituras"... aí já é uma situação diferente, pois para o Ateu não há Deus nem Cristo, não se justificando, por consequência, o Cristianismo; para o Agnóstico, não põe em causa Jesus Cristo, mas as dúvidas sobre a existência de Deus levam a que tenham uma certa moderação no reconhecimento de um Cristo para além da morte, pois aí estariam a reconhecer a Omnipotência de Deus, a Sua existência sem dúvidas possíveis... e isso vai contra alguns conceitos que defendem... mesmo aceitando as "Verdades Reveladas" como aquilo que são: VERDADES!
Falar do Cristianismo não é tarefa fácil, mas torna-se um desafio aliciante, especialmente quando se exige uma busca criteriosa que nos poderá levar até ao conhecimento de Deus de uma forma que nos irá colocar mais próximos d'Ele, essência e espírito deste trabalho.


(Continua)

01/09/07

APRENDER A FALAR EM FAMILIA .....


Às vezes queixamo-nos de que as famílias não se falam. Não é que o pai e a mamã, os pais e os filhos, os irmãos não falem entre si. O que se passa é que parece que não há tempo para se sentarem e discutirem, com calma, os temas que interessam a todos.
É necessário, hoje como sempre, aprender a difícil arte do diálogo. A primeira lição é fácil de compreender, mas difícil de praticar: para poder começar um verdadeiro diálogo faz falta abrir um bom espaço no próprio tempo para, simplesmente, ficar a ouvir. Sim: escutar é a primeira condição para poder começar um diálogo, pois permite-nos aceder à intimidade, aos interesses, às dores e cansaços do outro. Ao mesmo tempo, dispor o nosso coração para o acolher. Dialogar não é sempre dar. Muitas vezes, possivelmente a maioria, será receber, aceitar, talvez aguentar, mas tudo com um carinho especial: alguém abre o seu coração, a sua vida, as suas angústias e as suas esperanças. Interessa-me o que diz porque me interessa o que é, o que sonha, o que ama.
Encontrar tempo para ouvir significa deixar de lado outras coisas que nos interessam muito, mas que não são tão importantes. Muitas vezes queixamo-nos da falta de tempo. E, entretanto, poucos homens e poucas culturas gozaram e gozam do tempo livre que o mundo moderno pôs à disposição de muitos (embora, infelizmente, não de todos). O que se passa é que esse tempo livre ficou cheio de mil coisas que nos impacientam, nos curvam, nos esmagam. Convém, de vez em quando, renunciar, deixar, apagar, deter o frenesim habitual. Sentar-se com a esposa ou o marido, chamar os filhos (que também vivem freneticamente entre o desporto, os estudos, os amigos e a televisão, se é que não têm também o vício dos “videojogos”) e criar um clima para a escuta. O que se deixa de lado será sempre menos importante do que o amor entre o casal e o amor entre pais e filhos. Mesmo que se trate de não ver, nalgum dia, um jogo da minha equipa favorita...
Se o tempo é uma condição elementar para que se dê um diálogo na família, a segunda condição resulta igualmente básica, mas um pouco mais difícil. Conversar significa que há alguém que me diz algo, ou que falo com alguém que me escuta. “Elementar, descobriu a América...!” poderá alguém dizer. Mas não é tão fácil ter “algo que dizer”, achar isso novo, interessante, humano, enriquecedor, que nos leve a ter uma vontade enorme de falar, de gritar, de comunicar o que descobrimos ou outro me ensinou.
Muitos silêncios em família nascem da triste realidade do “não sei o que dizer aos meus”. Isto pode ter duas causas: ou os meus não se interessam por nada de mim (e então já não são tão “meus”); ou eu penso que sou tão pobre humanamente que não posso dizer nada novo.
Basta abrir um pouco os olhos perante o mistério da vida para descobrir que há muito, muitíssimo que dizer. Hoje será o marido e pai que conta uma aventura no seu trabalho, e como descobriu que um amigo, tido por todos como trapaceiro, mostrou ter uma honestidade exemplar. Amanhã será a esposa e mãe que também terá descoberto algo no trabalho ou nas tarefas domésticas, ou que terá ouvido um programa interessante na rádio. Não são poucas as famílias nas quais os pais contam aos filhos um filme que acabam de ver, ou uma viagem interessante que fizeram quando eram jovens, ou a história do avô ou da avó, esses velhos que também têm muito que dizer no mundo familiar. E os pequenos, e os não tão pequenos, poderão também enriquecer os outros com as aventuras da escola, ou um acidente no jogo, ou o encontro pela rua com um misterioso senhor de barbas largas que anda todos os dias com um carrinho ruidoso por entre as pombas da praça maior...
Cada homem e cada mulher têm a sua “pequena história” e a sua “pequena ciência”, encerram um livro de experiências e de conselhos que podem servir para todos. Também os jovens podem deixar perplexos os seus pais quando expõem reflexões que dão muito que pensar pelo radicalismo e o desejo de justiça que são próprios de quem começa a aparecer no mundo dos adultos (muitas vezes já acomodados nas nossas preguiças ou covardias). Mas nem por isso deixarão esses mesmos jovens de sentir a necessidade de uma palavra de conselho na hora de escolher uma carreira, de optar por um trabalho, de começar a sair com um rapaz ou uma rapariga que possivelmente amanhã poderá ser o seu marido ou a sua esposa para sempre...
Aprender a dialogar em família é algo acessível a todos. Basta apagar, de vez em quando, o interruptor geral da electricidade da casa e reunir a “toda a tribo” no quarto maior para, simplesmente, ouvir e falar. Assim se economizará algo na conta de luz. Mas, sobretudo, se ganhará muito na conta do amor familiar. E esse não tem preço no mercado.